Em meio ao turbilhão espiritual do século XIX, surgiu uma figura que redefiniu o ocultismo moderno: Eliphas Lévi. Nascido Alphonse Louis Constant em 1810, na França, ele adotou um nome hebraico que significava “Alphonse Louis, o Levita”, marcando sua transformação de ex-seminarista em um dos maiores magos de sua época.
Eliphas Lévi. Jornalista, teólogo, filósofo e ocultista — ele não era apenas um homem à frente de seu tempo. Era uma ponte entre mundos, um arauto das verdades perdidas e um mestre que redescobriu os caminhos para o reino dos espíritos.
Seu legado se estende por séculos, influenciando tradições esotéricas, ordens secretas e praticantes de magia ao redor do mundo. Mas quem realmente foi esse ser enigmático que ousou desenhar o Homem Pendurado com uma vara flamejante?
No Bandoleiro.com, exploramos a vida e os ensinamentos deste homem enigmático, cujas obras como “Dogma e Ritual de Alta Magia” se tornaram pilares para ordens secretas e praticantes solitários da arte mágica. Sua abordagem única unia Cabala, Tarô e ritualística, criando um sistema que ainda hoje é estudado com reverência.

Eliphas Lévi: aquele que ergueu as colunas da magia
Sacerdote sem altar, mago sem templo fixo, alquimista de palavras e arquiteto da doutrina esotérica moderna, Lévi se tornou um marco inquestionável na história do ocultismo.
Foi ele quem recuperou, organizou e deu nova forma aos saberes mágicos antigos, tornando-se inspiração para sociedades iniciáticas, ordens esotéricas e estudiosos místicos até os dias de hoje.
Foi nos anos de estudo e reflexão que ele descobriu a tradição hermética, a cabala judaica, os textos de Paracelso e a filosofia esotérica da Idade Média. E foi então que nasceu Eliphas Lévi, pseudônimo hebraico que ele usou para assinar suas obras mais importantes.
“Eu sou o apóstolo da ciência divina, e minha missão é reconciliar a razão com a fé.” – Eliphas Lévi
Ele publicou várias obras durante sua vida, incluindo Dogma e Ritual da Alta Magia, História da Magia e O Livro dos Espelhos. Esses escritos não eram apenas manuais de prática mágica — eram tratados filosóficos, espirituais e simbólicos que buscavam unir ciência, religião e ocultismo.
Sob esse nome, construiu uma obra que influenciaria profundamente o pensamento mágico europeu.
Da igreja à magia: a jornada espiritual de um revolucionário
O Seminarista que Desafiou o Vaticano: Inicialmente destinado ao sacerdócio, Lévi abandonou a Igreja após questionar seus dogmas. Sua busca por uma espiritualidade mais profunda o levou ao estudo da magia, do hermetismo e das tradições esotéricas, tornando-o um herege aos olhos da ortodoxia religiosa.
A Prisão e o Despertar Oculto: Em 1841, Lévi foi preso por suas ideias radicais sobre justiça social. Foi na solidão da cela que ele teve visões místicas que o guiaram para o caminho da magia cerimonial — um momento crucial em sua jornada.
Eliphas Lévi morreu em 1875, mas suas ideias permanecem como pedras fundamentais da magia ocidental. Ele transformou o ocultismo de uma coleção de superstições em um sistema coerente de conhecimento — uma verdadeira ciência das coisas invisíveis.

Dogma e ritual da alta magia: a obra que reconstruiu a magia
A obra mais conhecida de Eliphas Lévi é, sem dúvida, “Dogma e Ritual da Alta Magia”, publicada em 1854. Esse livro se tornou um divisor de águas no ocultismo, reunindo e reinterpretando saberes herméticos, alquímicos, astrológicos, cabalísticos e cristãos sob uma ótica moderna.
Lévi via a magia como uma ciência espiritual simbólica, onde o mago era um filósofo operante, um intérprete do cosmos. Em suas palavras:
“A magia é a ciência das causas segundas, e o conhecimento das forças ocultas da natureza.”
Ao escrever em linguagem poética, mas precisa, Lévi transformou seus livros em verdadeiros manuais de iniciação para o buscador sincero.
Do princípio ativo à manifestação consciente
Para Eliphas Lévi, a magia não era bruxaria nem feitiçaria vulgar. Era uma ciência superior, baseada na compreensão das leis universais e na aplicação consciente da vontade humana sobre a matéria.
Em sua obra-prima Dogma e Ritual da Alta Magia, ele apresenta o conceito do Princípio Ativo Universal — uma força cósmica que permeia todas as coisas e pode ser manipulada por aqueles que dominam as chaves da intenção, do símbolo e do ritual.
Ele falava da importância dos gestos, das palavras sagradas, dos pentagramas e hexagramas, e da necessidade de purificação moral e espiritual para o verdadeiro praticante da magia.
“A magia é a ciência do infinito; ela une o céu e a terra, o visível e o invisível.” – Eliphas Lévi
Sua visão inspirou gerações de ocultistas, incluindo Aleister Crowley, Papus e Éliphas Lévi Zahed, sendo considerado por muitos como o fundador da magia cerimonial moderna.
Os Dois Pilares da Magia: Teoria e Prática
Publicado em 1854, “Dogma e Ritual de Alta Magia” dividiu-se em duas partes:
- O Dogma (a teoria filosófica por trás da magia, baseada na Cabala e no simbolismo)
- O Ritual (a aplicação prática, com instruções detalhadas para cerimônias mágicas)
Dogma – A Filosofia da Magia
O primeiro volume, Dogma, apresenta os fundamentos teóricos e filosóficos da Alta Magia. Nele, Lévi expõe a ideia de que a magia é uma ciência divina, um elo perdido entre a ciência e a religião. Para o autor, o verdadeiro mago é aquele que compreende a natureza como um espelho do invisível — e é capaz de operar mudanças por meio da vontade iluminada.
Lévi recorre a conceitos da Cabala, da astrologia, do Tarot e do simbolismo cristão, reinterpretando-os de forma ousada. Um de seus principais axiomas mágicos, que ecoa como um sussurro entre os iniciados, é:
“O que está em cima é como o que está embaixo” — uma clara alusão ao princípio hermético da correspondência.
Ele afirma ainda que o universo é regido por uma lei única e absoluta, que pode ser acessada através da iniciação e do estudo disciplinado dos símbolos sagrados. A Alta Magia, então, surge como um caminho de iluminação e domínio espiritual, não de prestidigitação ou ilusionismo barato.
Ritual – A Prática da Alta Magia
O segundo volume, Ritual, mergulha nas práticas mágicas propriamente ditas. Aqui, Lévi detalha cerimônias, invocações, uso de símbolos e operações ocultas que buscam a conexão do mago com o plano divino e com entidades espirituais.
É nesse volume que se encontra a famosa imagem do Baphomet, símbolo controverso e poderoso, que representa a unidade dos opostos, a reconciliação entre luz e trevas, masculino e feminino, céu e terra. Segundo Lévi:
“Baphomet é o símbolo do Andrógino divino, o espírito universal que reconcilia todos os contrários.”
Esse símbolo, mal compreendido por muitos, tornou-se ícone do ocultismo moderno e ainda causa fascínio e repulsa, como todo verdadeiro mistério.
A Invocação de Apolônio de Tiana
Em um de seus experimentos mais famosos, Lévi afirmou ter conjurado o espírito do filósofo-mago Apolônio de Tiana, descrevendo a aparição como uma figura luminosa que lhe transmitiu conhecimentos secretos.
O Uso do Pentagrama e do Círculo Mágico
Seus escritos detalham o uso protetor do pentagrama e a importância do círculo mágico — técnicas que se tornaram fundamentais na magia ritualística.
O Baphomet e o Equilíbrio das Forças
A famosa ilustração do Baphomet de Lévi sintetiza seu pensamento: a união dos opostos (masculino/feminino, luz/trevas), um conceito central na magia cerimonial. Essa imagem tornou-se um ícone do ocultismo, adotado posteriormente por grupos como a Ordem Hermética da Golden Dawn.
Elementos-Chave da Obra
O legado de Eliphas Lévi em Dogma e Ritual da Alta Magia continua vivo para aqueles que caminham pelas sendas ocultas da sabedoria ancestral. Seu livro não é apenas uma leitura — é uma iniciação, um espelho onde o buscador poderá reconhecer o mago que dorme dentro de si.

O Tarot como livro da sabedoria oculta
Lévi foi um dos primeiros a vincular o Tarot à Árvore da Vida Cabalística, afirmando que cada Arcano Maior é um reflexo das verdades espirituais eternas. Para ele, o Tarot é uma chave para decifrar os mistérios da existência, uma verdadeira “Bíblia dos Iniciados”.
As 22 Lâminas da Sabedoria Divina
Lévi foi um dos primeiros a associar o Tarô de Marselha à Árvore da Vida cabalística, afirmando que as 22 cartas do Arcano Maior representavam os 22 caminhos da Cabala. Essa interpretação influenciou todos os estudos modernos do Tarô.
O Mito de que o Tarô Veio do Egito
Ele popularizou a ideia (hoje contestada) de que o Tarô teria origens egípcias — uma narrativa que ainda cativa muitos estudiosos do esoterismo.
A cabala hermética
A Cabala é apresentada como a estrutura fundamental para a compreensão do cosmos e da alma humana. Lévi vê nos 22 caminhos da Árvore da Vida uma correspondência direta com as letras hebraicas, os Arcanos do Tarot e os princípios universais.
Magia como ciência da vontade
O mago, segundo Lévi, deve purificar sua mente, corpo e espírito para alinhar-se à Vontade Superior. É por meio do controle da própria vontade que o operador transforma a realidade. O verdadeiro poder está na Vontade Iluminada — aquela que age em harmonia com a Lei divina.
A influência de “Dogma e Ritual da Alta Magia”
Não se pode falar do ocultismo moderno sem citar Eliphas Lévi. Sua obra ecoa em ordens esotéricas, grimórios contemporâneos, estudos cabalísticos e até na psicologia simbólica de autores como Carl Jung, que reconheceu a importância dos arquétipos mágicos e mitológicos.
Crowley, ao ler Lévi, viu nele um verdadeiro predecessor espiritual. E embora tenha ultrapassado Lévi em ousadia, reconheceu que o francês “reacendeu a tocha da magia que há muito estava apagada”.
A sabedoria escondida nas entrelinhas
“Dogma e Ritual da Alta Magia” não é um manual comum. É um livro velado, escrito em camadas de símbolos e enigmas. Lévi sabia que apenas o verdadeiro iniciado compreenderia suas palavras. Muitos dos seus ensinamentos estão codificados, exigindo estudo atento e vivência espiritual para serem desvelados.
Como ele próprio escreve:
“Os livros mais perigosos são os que contêm as verdades ocultas — mas apenas para aqueles que ainda não despertaram o olhar interior.”
Se você, leitor do bandoleiro.com, sente o chamado da magia verdadeira, mergulhe nas páginas desse grimório eterno. Mas lembre-se: as chaves estão no coração, os símbolos na alma, e a verdade, no silêncio entre os pensamentos.
O homem pendurado: um tarô carregado de mistério
Um dos símbolos mais conhecidos associados a Eliphas Lévi é a imagem do Homem Pendurado, uma representação do Arcano XII do Tarô. Ele próprio desenhou essa figura em seus escritos, mostrando um homem nu suspenso de cabeça para baixo, com uma perna amarrada e uma aura luminosa ao redor da cabeça.
Esse símbolo representa o sacrifício do ego, a inversão dos valores materiais e a busca pela iluminação através da dor e da contemplação. Para Lévi, era o retrato do verdadeiro mago: alguém disposto a virar o mundo de cabeça para baixo para ver a realidade de outra forma.
“O verdadeiro mago é aquele que se pendura sobre si mesmo, abandonando o falso eu para encontrar o verdadeiro ser.” – Eliphas Lévi
Essa ideia influenciou diretamente as interpretações modernas do Tarô, especialmente na tradição ocultista da Ordem Hermética do Aurora Dourada (Hermetic Order of the Golden Dawn), que adaptou muitos dos conceitos de Lévi em seus ensinamentos.
E no Bandoleiro.com, onde cada página revela um novo mistério, você pode encontrar outros artigos sobre práticas ancestrais, rituais místicos e simbolismos profundos.

Eliphas Lévi e a cabala: a chave dos nove portais
Uma das grandes paixões de Eliphas Lévi foi a Cabala judaica, sistema antigo de sabedoria mística baseado na interpretação simbólica das letras hebraicas e das estruturas do universo.
Ele via na Árvore da Vida um mapa completo da existência, onde cada Sephira representava um estado de consciência e cada caminho entre elas simbolizava uma jornada espiritual.
Lévi estudou profundamente o Zohar e outros textos cabalísticos, integrando-os às suas próprias teorias sobre a magia e o equilíbrio entre forças opostas — luz e sombra, masculino e feminino, positivo e negativo.
“A Cabala é a chave que abre todos os mistérios.” – Eliphas Lévi
Essa integração entre tradições antigas e novas visões filosóficas tornou Lévi uma referência indispensável para qualquer estudioso do oculto.
A batalha entre Lúcifer e Cristo: uma visão única
Talvez uma das ideias mais polêmicas e fascinantes de Eliphas Lévi tenha sido sua visão sobre Lúcifer e Cristo como aspectos complementares da mesma energia espiritual.
Ele não via Lúcifer como o diabo ou o mal absoluto, mas como o portador da luz interior — o anjo que trouxe o conhecimento à humanidade e que, por isso, foi condenado pelas autoridades celestiais. Já Cristo representava a redenção, a união final entre o humano e o divino.
“Lúcifer é o desejo, Cristo é a realização. Entre eles está o caminho da alma.” – Eliphas Lévi
Essa visão subversiva causou impacto na época e ainda hoje provoca reflexões profundas sobre o papel do livre-arbítrio, da rebelião e da busca por autoconhecimento.

O Baphomet: símbolo da unidade mística
Entre os muitos símbolos resgatados por Eliphas Lévi, um em especial ecoou nos salões escuros da magia cerimonial: o Baphomet. Inspirado no antigo ídolo templário e reconstruído por Lévi como uma representação do equilíbrio entre opostos, o Baphomet se tornou um ícone do ocultismo moderno.
Na famosa imagem desenhada pelo próprio Lévi, o Baphomet é uma figura andrógina, com cabeça de cabra, seios humanos, asas, e a tocha da iluminação entre os chifres. Suas mãos apontam “para cima e para baixo”, acompanhadas da inscrição Solve et Coagula — dissolver e recompor, o lema da alquimia.
Esse símbolo é, segundo Lévi, um retrato da harmonia universal entre luz e trevas, espírito e matéria, masculino e feminino.
“O Diabo, na magia, não é o espírito do mal, mas o símbolo da força bruta que precisa ser dominada.”
A cabala e os arcanos: Lévi como guardião do mistério
Eliphas Lévi foi também o responsável por reconectar o Tarô à Cabala, criando uma ponte simbólica entre os 22 Arcanos Maiores e as 22 letras do alfabeto hebraico. Essa associação abriu portas para a criação de tarôs esotéricos e inspirou autores como Papus, Waite, Crowley e tantos outros.
Para Lévi, o Tarô era “um livro universal, um alfabeto divino”, capaz de decifrar os mistérios do tempo, do destino e da alma. Ele acreditava que todo o conhecimento oculto estava condensado nas imagens simbólicas das cartas, e que o iniciado, ao compreendê-las, podia se tornar um verdadeiro mago.
A árvore da vida como mapa da realidade
Em seus estudos cabalísticos, Lévi explorou a Árvore da Vida como uma cartografia mística do ser humano e do universo, uma ferramenta espiritual para ascensão e autoconsciência. Para ele, a cabala não era apenas especulação filosófica, mas uma prática real, viva e aplicável à transformação pessoal.

Lévi e as ordens secretas: o pai invisível da magia moderna
Eliphas Lévi não fundou nenhuma ordem mágica, mas suas ideias foram adotadas como base por diversas organizações esotéricas, como a Hermetic Order of the Golden Dawn, Ordo Templi Orientis e Societas Rosicruciana in Anglia. Seus ensinamentos sobre polaridade, simbolismo, vontade e imaginação são repetidos como mantras até hoje.
Seus conceitos como “o poder da vontade sobre o astral”, “a imaginação como força mágica” e o uso dos quatro elementos como fundamentos operacionais são pilares da prática mágica ocidental contemporânea.
Magia e Moral: A Ética do Mago
Um dos aspectos menos conhecidos, mas essenciais, do pensamento de Eliphas Lévi é sua visão ética da magia. Para ele, o verdadeiro mago não era um manipulador das forças para ganhos pessoais, mas um servidor da harmonia cósmica. A magia, dizia ele, deve ser praticada com sabedoria, reverência e compaixão.
O legado de Eliphas Lévi: da Golden Dawn à magia contemporânea
Eliphas Lévi é tratado não como figura de culto, mas como farol místico. Seus escritos ainda são citados, discutidos e estudados por buscadores da verdade, da magia e da sabedoria eterna.
Sua doutrina não é apenas uma coleção de símbolos antigos, mas um convite para compreender o mundo como uma dança viva de correspondências, forças e signos. Um chamado para despertar o mago interior e reconhecer, no reflexo do espelho, o sacerdote do invisível que habita em cada ser humano.
Influência em Aleister Crowley e a Golden Dawn
Crowley considerava Lévi um de seus predecessores mais importantes, e a Golden Dawn incorporou muitos de seus ensinamentos em seus rituais.

Conclusão: o grande arquiteto do ocultismo moderno
Ao longo de sua vida, Eliphas Lévi foi chamado de herege, louco, visionário e gênio. Mas talvez ele tenha sido todas essas coisas ao mesmo tempo — e muito mais.
Ele foi um homem que viu além da matéria, que ouviu a voz das estrelas e sentiu a respiração da Terra. Um sábio que escreveu sobre magia como se fosse poesia, e sobre poesia como se fosse magia. Um mago que usava palavras como selos, e silêncios como invocações.
Eliphas Lévi, com sua pena ardente e olhar sereno, traçou um novo caminho na história da magia. Uniu ciência e espiritualidade, tradição e modernidade, luz e sombra. Seu trabalho permanece como um arsenal simbólico e filosófico para aqueles que buscam algo além do visível.
E talvez, ao ler este artigo, você esteja mais próximo dele do que imagina. Talvez, como ele, você também sinta a necessidade de ir além, de buscar o sentido oculto das coisas, de tocar o infinito com as mãos.
Mas a pergunta persiste no coração do iniciado:
Seria a magia de Lévi apenas uma metáfora da alma, ou uma realidade acessível a quem ousa caminhar pelo fogo?
A resposta pode estar na próxima vez que você erguer um pentagrama ou contemplar uma lâmina do Tarô…
Fontes e Referências
- Lévi, Eliphas. Dogme et Rituel de la Haute Magie. Paris, 1854-1856.
- Hanegraaff, Wouter J. Western Esotericism: A Guide for the Perplexed.
- Crowley, Aleister. Magick: Liber ABA.