A figura da Rainha de Sabá é envolta em mistério, magia e simbolismo, atravessando culturas e eras como um arquétipo de sabedoria, beleza e poder espiritual.
Essa soberana, mencionada em textos sagrados como a Bíblia, o Alcorão e em lendas etíopes, é uma fonte inesgotável de inspiração para esoteristas, místicos e buscadores de conhecimento oculto.
Quem foi a Rainha de Sabá? Qual é o seu legado místico? Embarque nesta jornada através de tempos e espaços para desvendar os segredos dessa figura enigmática.

A Origem da Rainha de Sabá: Lendas e Histórias
A Rainha de Sabá, conhecida também como Makeda na tradição etíope, reina sobre o reino de Sabá, localizado possivelmente onde hoje estão o Iêmên e a Etópia.
Seu nome está entrelaçado a uma das passagens mais mágicas das Escrituras: sua visita ao rei Salomão, em Jerusalém. Segundo a narrativa, ela trouxe presentes preciosos e questionou Salomão com enigmas complexos, testando sua sabedoria.
O que poucos sabem é que a relação entre a Rainha de Sabá e Salomão vai além de um encontro político.
Alguns textos apócrifos e lendas esotéricas sugerem que eles compartilharam segredos alquímicos e espirituais. Este encontro teria resultado na união entre conhecimento místico do Oriente e do Ocidente, criando uma ponte simbólica entre o mundo humano e o divino.

Um Arquétipo de Poder Feminino
Para os praticantes de magia e esoterismo, a figura da Rainha de Sabá simboliza o poder feminino em sua plenitude: sabedoria, sensualidade e conexão espiritual.
Ela é muitas vezes associada à deusa Ishtar, da Mesopotâmia, e às energias lunares que regem a intuição e a magia.
Em rituais modernos, invocar a Rainha de Sabá pode ser uma forma de acessar esses atributos. Muitas praticantes utilizam meditações guiadas ou rituais de oferendas para se conectar com essa energia soberana. Entre os itens comuns nessas práticas estão:
- Incensos de mirra e âmbar, simbolizando as oferendas da rainha.
- Joias ou adornos dourados, representando a riqueza e a soberania.
- Leituras de oráculos para buscar sua sabedoria.
Segredos de Sabá: Enigmas e Simbolismo Oculto
A visita da Rainha de Sabá ao rei Salomão é repleta de simbolismos esotéricos. Seus enigmas, que desafiaram Salomão, são interpretados por muitos estudiosos como lições sobre o equilíbrio entre o material e o espiritual. Um dos enigmas mais conhecidos é:
“Qual é a coisa mais frágil, mas também a mais poderosa?”
A resposta de Salomão, “o espírito humano”, reflete a profundidade do encontro entre os dois soberanos. Para os esoteristas, isso é um convite para explorar a própria dualidade e buscar a harmonia interna.

A Linhagem Divina: Mito ou Realidade?
Segundo o Kebra Nagast, texto sagrado da Etópia, a Rainha de Sabá teve um filho com o rei Salomão, chamado Menelik I, que fundou a dinastia salomônica na Etópia.
Essa linhagem seria guardiã da Arca da Aliança, um dos artefatos mais místicos da história.
Para os místicos, essa conexão reforça a ideia de que a Rainha de Sabá não era apenas uma soberana, mas também uma iniciada nos segredos divinos.
Sua descendência seria a prova de um legado espiritual que atravessa os séculos, influenciando até hoje aqueles que buscam o divino.
A Rainha de Sabá, uma figura mítica e histórica fascinante, tem sido tema de lendas que atravessam os séculos. Enquanto sua existência histórica é amplamente associada aos relatos bíblicos e corânicos, seu papel como feiticeira é uma interpretação mística que encontra eco em tradições esotéricas e no imaginário popular.

A Rainha de Sabá nas Escrituras e Tradições
A Rainha de Sabá é mencionada na Bíblia (1 Reis 10:1-13 e 2 Crônicas 9:1-12) como uma monarca poderosa que visita o rei Salomão para testar sua sabedoria.
No Alcorão, ela aparece como Bilqis, a soberana de uma terra próspera e misteriosa, governada com sabedoria e riqueza. Em ambos os textos, ela é descrita como uma figura notável por sua inteligência, graça e majestade.
No entanto, os textos sagrados não fazem menção direta à prática de magia ou feitiçaria por parte da Rainha de Sabá.
Essa associação surge em lendas apócrifas, tradições orais e interpretações místicas que ampliam sua imagem para além do que está registrado nas escrituras.
Rainha ou Feiticeira?
A ligação da Rainha de Sabá com a feitiçaria pode ser vista sob diferentes perspectivas esotéricas:
- Mestre dos Mistérios da Sabedoria: Salomão é frequentemente associado à magia, à alquimia e ao conhecimento dos segredos divinos, especialmente através dos grimórios atribuídos a ele, como o Clavícula de Salomão. Alguns textos místicos sugerem que a Rainha de Sabá, ao desafiar Salomão com enigmas, também possuía um conhecimento profundo de mistérios espirituais e mágicos, tornando-a uma espécie de igual ou rival em sabedoria oculta.
- Conexão com Forças Ocultas: Em algumas tradições judaicas e islâmicas, há descrições que atribuem à Rainha características sobrenaturais, como pernas que lembravam cascos ou pés de cabra, um detalhe frequentemente associado a seres ligados ao misticismo ou à magia. Esse aspecto alimentou especulações de que ela era uma praticante de artes mágicas ou até uma criatura sobrenatural.
- Guardião de Segredos Antigos: Como governante de Sabá, uma terra conhecida por sua riqueza e por ser ponto estratégico nas rotas de comércio de especiarias e incenso, acredita-se que a Rainha era guardiã de saberes antigos, incluindo práticas místicas associadas às forças naturais e espirituais.
O Simbolismo Místico
Esotericamente, a Rainha de Sabá pode ser vista como uma representação do arquétipo da sacerdotisa ou feiticeira.
Ela incorpora a união do poder feminino, da sabedoria oculta e da soberania. Seu encontro com Salomão é, muitas vezes, interpretado simbolicamente como um diálogo entre o divino feminino e o divino masculino, uma convergência de energias opostas que gera equilíbrio e harmonia.

Uma Feiticeira ou uma Mística?
Embora as escrituras tradicionais não a chamem de feiticeira, a Rainha de Sabá continua sendo um enigma que desafia os limites entre história, lenda e mito.
Para os místicos, sua figura ressoa como uma mulher iluminada, conectada a segredos espirituais profundos.
Em vez de uma feiticeira no sentido negativo da palavra, ela pode ser vista como uma maga, uma guardiã de sabedoria que transcende o comum e toca o eterno.
Em última análise, a Rainha de Sabá permanece um símbolo de poder, mistério e magia, inspirando gerações a explorar os limites do visível e do invisível, do humano e do divino.
Rainha de Sabá no Tarot
Na simbologia do Tarot, a Rainha de Sabá pode ser associada às cartas da Imperatriz e da Sacerdotisa, que representam fertilidade, sabedoria e poder espiritual.
Em consultas mágicas, essas cartas são um convite para explorar as profundezas da alma e reconhecer o próprio poder soberano.
A Rainha de Sabá no Tarot é uma figura envolta em simbolismo místico, representando a fusão de poder, sabedoria e mistério.
Embora ela não seja uma personagem diretamente representada em nenhum dos Arcanos do Tarot tradicional, sua essência arquetípica encontra ressonância em várias cartas, especialmente aquelas que evocam energia feminina poderosa e a busca pelo conhecimento espiritual.
Rainha de Sabá e os Arcanos Maiores
Nos Arcanos Maiores, a Rainha de Sabá pode ser associada a várias cartas devido às suas características históricas e míticas:
- A Sacerdotisa (Arcano II)
- Representa sabedoria oculta, intuição e o poder do conhecimento interior.
- A Rainha de Sabá, em sua jornada para testar Salomão e em seu domínio sobre sua terra próspera, reflete o arquétipo da mulher sábia que detém segredos antigos e os revela somente a quem é digno.
- Como a Sacerdotisa, ela é guardiã do véu entre o conhecido e o desconhecido, entre o mundano e o divino.
- A Imperatriz (Arcano III)
- Símbolo de abundância, criatividade e liderança feminina.
- A Rainha de Sabá governava um reino de grande riqueza e prosperidade, personificando a Imperatriz como soberana poderosa que equilibra poder material e espiritual.
- O Sol (Arcano XIX)
- Uma carta de iluminação, sucesso e clareza.
- A visita da Rainha de Sabá ao rei Salomão é frequentemente vista como um encontro de luz e entendimento, onde enigmas são resolvidos e o conhecimento é compartilhado, refletindo o simbolismo do Sol.
Rainha de Sabá e os Arcanos Menores
Nas cartas dos Arcanos Menores, especialmente nos naipes de Ouros e Copas, encontramos ecos de sua história:
- Rainha de Ouros
- Uma figura que simboliza abundância material, generosidade e a conexão com a terra.
- A Rainha de Sabá, com suas riquezas e oferendas a Salomão, reflete a energia dessa carta, mostrando o equilíbrio entre prosperidade e sabedoria prática.
- Rainha de Copas
- Representa intuição emocional, compaixão e profundidade espiritual.
- Sua jornada até Salomão pode ser vista como um ato de busca espiritual, uma tentativa de encontrar um parceiro intelectual e espiritual à sua altura.
A Rainha de Sabá como Arquétipo no Tarot
A Rainha de Sabá personifica o arquétipo da buscadora espiritual que também é uma líder poderosa. Ela une:
- O poder terreno, com sua riqueza e realeza, indicando a capacidade de manifestar abundância no mundo físico.
- O poder espiritual, com sua busca por sabedoria e entendimento, refletindo uma conexão com o divino.
Ela pode ser interpretada como um símbolo de equilíbrio entre mente e coração, materialidade e espiritualidade. Sua presença em uma leitura de Tarot pode sugerir:
- A necessidade de buscar sabedoria profunda antes de tomar decisões importantes.
- O reconhecimento do poder interno e externo de uma figura feminina ou arquétipo em sua vida.
- Uma viagem de autoconhecimento que levará à prosperidade e iluminação.
Reflexões Esotéricas
Se invocada em uma leitura intuitiva ou utilizada como meditação, a Rainha de Sabá pode ajudar a conectar-se com a energia da soberania feminina, sabedoria ancestral e o poder de manifestar sonhos na realidade.
Ela nos lembra que a verdadeira riqueza vem do equilíbrio entre o que sabemos, o que sentimos e o que compartilhamos com o mundo.

Conclusão: O Chamado de Sabá
A Rainha de Sabá não é apenas uma figura histórica ou lendária, mas um arquétipo que ressoa profundamente com aqueles que buscam magia, esoterismo e sabedoria.
Sua história inspira o empoderamento feminino, a busca pelo equilíbrio e a conexão com os mistérios do universo.
Seja por meio de rituais, meditações ou estudos, conectar-se com a energia da Rainha de Sabá é um caminho para explorar os segredos do passado e trazer sua sabedoria para o presente.
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Referências:
- “The Queen of Sheba and Her Only Son Menyelek” (E. A. Wallis Budge, 1932)
- “Kebra Nagast”: The Glory of Kings of Ethiopia
- Bíblia Sagrada, Livro de Reis