No vasto reino da Goetia, onde 72 espíritos demoníacos aguardam para serem invocados, Agares emerge como uma figura singular.
Este demônio é conhecido por sua habilidade de controlar o tempo, ensinar línguas desconhecidas e trazer de volta fugitivos. Mas quem realmente é Agares? E por que tantos praticantes do ocultismo se sentem atraídos por suas energias enigmáticas?
No bandoleiro.com, mergulhamos nas profundezas deste ser misterioso para revelar seus segredos e explorar como sua energia pode ser acessada – e dominada – por aqueles que buscam conhecimento e transformação.
Prepare-se para uma jornada onde cada palavra é um eco das areias do tempo que Agares comanda.
A origem sombria de Agares: o senhor das línguas e terremotos
No panteão das entidades infernais, poucos nomes ecoam com tanta força quanto Agares. Este demônio, mencionado em grimórios antigos como a “Ars Goetia”, é um duque do inferno, um senhor que cavalga um crocodilo e comanda legiões de espíritos.
Agares não é apenas mais um nome na lista de demônios. Sua história remonta a tradições antigas, onde era conhecido como um dos “31 espíritos de Salomão”, descrito no “Lemegeton Clavicula Salomonis”.
Segundo a demonologia, ele já foi um poderoso anjo, antes da queda. Agora, reina no inferno como um duque, respondendo apenas a Lúcifer.
Dizem que ele aparece como um ancião montado em um crocodilo, carregando um falcão no punho. Sua voz é o sussurro dos ventos antes de uma tempestade, e seu poder é capaz de causar terremotos e destruir reinos.
Agares é descrito na Goetia, parte do grimório medieval Lemegeton Clavicula Salomonis (ou “Pequena Chave de Salomão”). Este texto sagrado detalha os 72 espíritos demoníacos que serviam ao Rei Salomão, cada um com habilidades únicas.
Agares, em particular, é classificado como um duque poderoso do inferno, governando sobre 31 legiões de espíritos.
Curiosidade: Na iconografia tradicional, Agares é representado como um ancião montado em um dragão alado, segurando uma lança ou cetro. Sua aparência reflete sua sabedoria ancestral e domínio sobre forças cósmicas.
História Intrigante: Dizem que Agares era originalmente um anjo caído, mas sua lealdade ao rei Salomão provou que ele pode ser controlado e até mesmo redimido, dependendo do propósito do invocador.
O poder das línguas proibidas
Uma das habilidades mais intrigantes atribuídas a Agares é o domínio sobre todas as línguas humanas e celestiais. Diz a lenda que ele pode ensinar qualquer idioma – até mesmo aqueles esquecidos pela humanidade, como a língua dos anjos caídos ou a fala primordial dos demônios.
Muitos ocultistas buscam seu conhecimento para decifrar textos arcanos ou invocar outras entidades. No entanto, como sempre alertamos aqui no Bandoleiro.com, mexer com tais forças exige cautela extrema.
Os rituais e os perigos da invocação
Invocar Agares não é para os fracos de espírito. Os grimórios medievais sugerem que ele só se manifesta em noites de lua negra, quando o véu entre os mundos está mais fino. Seu sigilo (um símbolo místico usado para convocá-lo) deve ser desenhado com sangue ou tinta de carvão, e o invocador deve estar preparado para ouvir vozes que não são humanas.
Alguns relatos afirmam que, quando invocado corretamente, Agares pode conceder:
- Conhecimento de línguas perdidas
- Poder sobre terras e reinos
- A habilidade de provocar ou acalmar terremotos
Mas há um preço: sua presença traz medo e desespero, e muitos que tentaram dominá-lo acabaram enlouquecidos.
Agares no ocultismo
A influência de Agares vai além dos textos antigos. Ele aparece em livros, filmes e até em jogos de RPG, sempre como uma figura enigmática e poderosa. No entanto, poucos conhecem sua verdadeira natureza.
Na magia contemporânea, alguns praticantes o associam ao elemento terra, devido à sua ligação com terremotos. Outros o veem como um guardião de segredos linguísticos, capaz de desvendar códigos divinos.
Os poderes de Agares: nestre do tempo e do movimento
Agares é reverenciado por sua capacidade de manipular o tempo. Ele pode fazer com que o tempo pare momentaneamente, permitindo que seus invocadores ganhem vantagens estratégicas em situações críticas. Além disso, ele ensina línguas antigas e desconhecidas, abrindo portais para conhecimentos perdidos.
Prática Simples: Para acessar a energia de Agares, visualize-se parado em um relógio gigante durante a meditação. Imagine as engrenagens do tempo girando lentamente ao seu redor, concedendo-lhe clareza e paciência para enfrentar desafios.
Recuperação e Retorno
Além de sua habilidade de controlar o tempo, Agares é conhecido por trazer de volta fugitivos – tanto pessoas quanto oportunidades perdidas. Ele pode ajudar a recuperar aspectos da vida que pareciam irremediavelmente perdidos, desde relacionamentos até objetivos pessoais.
Dica: No bandoleiro.com, compartilhamos guias detalhados sobre como preparar rituais seguros para trabalhar com entidades demoníacas como Agares. Aprenda a criar proteções mágicas antes de qualquer prática.
O Dragão Alado: Força e Liberdade
O dragão alado de Agares simboliza força bruta e liberdade absoluta. Ele representa a capacidade de transcender limitações terrenas e alcançar novos horizontes.
Curiosidade: Em algumas tradições ocultistas, o dragão de Agares é associado ao elemento ar, que governa pensamentos, comunicação e mudanças rápidas.
O Cetro: Autoridade e Sabedoria
O cetro nas mãos de Agares reflete sua autoridade inabalável e sabedoria ancestral. Ele é um símbolo de poder divino e demoníaco, lembrando que o verdadeiro controle vem do equilíbrio entre mente e coração.
O demônio que comanda línguas, terremotos e legiões
O nome Agares tem possível origem na palavra hebraica “agar“, que remete à ideia de fuga ou movimento, uma pista que se conecta à sua habilidade de mover pessoas de seus lugares — seja fisicamente, espiritualmente ou intelectualmente.
Outros estudiosos relacionam o nome a aguer, termo árabe que indica desordem ou confusão, apontando para a natureza caótica, porém didática, do espírito.
Ensinar línguas e destruir hierarquias
Segundo o Lemegeton, Agares possui a rara habilidade de ensinar rapidamente todas as línguas e conceder ao magista o dom da eloquência — um poder cobiçado entre ocultistas, escritores, oradores e líderes espirituais.
Porém, esse conhecimento vem com um preço. Agares também tem o poder de derrubar dignidades, ou seja, enfraquecer autoridades, desfazer hierarquias e semear a instabilidade. Muitos ocultistas acreditam que sua energia pode ser usada tanto para libertar quanto para corromper.
Um trecho do Ars Goetia o descreve assim:
“Ele faz os que correm voltarem, destrói dignidades, ensina todas as línguas e causa terremotos.”
— Lemegeton, tradução de Mathers & Crowley
A associação com terremotos não é apenas literal, mas também simbólica: Agares é aquele que abalaria o mundo visível e invisível, o que sacode a estabilidade para revelar novas verdades.
Agares, segundo a Goetia (primeira parte do grimório Lemegeton, também conhecido como A Chave Menor de Salomão), é o segundo espírito listado entre os 72 demônios.
Ele é um poderoso duque do inferno, que comanda 31 legiões de espíritos. Sua especialidade é ensinar línguas, fazer fugir os inimigos e causar terremotos.
Abaixo, descrevo um ritual simbólico e ocultista para invocação de Agares, com propósitos de aprendizado de idiomas, comunicação eficaz ou mesmo para desestabilizar situações estagnadas (em sentido simbólico).
⚠️ Aviso: Este ritual é estritamente literário e esotérico, voltado para estudos simbólicos da Goetia. Práticas ocultistas devem ser realizadas com responsabilidade, discernimento e preparo. A evocação de entidades da Goetia não é recomendada a iniciantes.
Ritual para Agares – o duque do inferno
Local: Escolha um local isolado, silencioso, onde não será interrompido. O ideal é que seja ao ar livre, sobre a terra, pois Agares é um espírito ligado aos elementos da terra e do ar.
Materiais:
- Um círculo mágico traçado com giz ou sal
- Uma vela verde (associada ao aprendizado e à terra)
- Uma vela preta (associada ao poder de ruptura e comando)
- Incenso de benjoim ou patchouli (atrai espíritos do submundo)
- O selo de Agares desenhado em papel virgem com tinta preta
- Uma oferenda simbólica (uma pedra, uma moeda de prata ou uma pena)
- Um grimório ou diário mágico
Sinalização do Propósito
Antes de iniciar, defina claramente seu intento. O propósito deve ser direto:
- “Quero aprender novas línguas com rapidez.”
- “Desejo desestabilizar uma estrutura mental que me limita.”
- “Preciso fazer meus adversários recuarem.”
Escreva isso em seu grimório ou fale em voz alta com convicção.
Abertura do Ritual
- Purifique o ambiente com incenso.
- Acenda as velas, dizendo: “Que o poder da terra trema sob meus pés, e que a língua dos ventos sopre sabedoria sobre mim.”
- Entre no círculo e feche-o visualizando uma esfera de energia ao seu redor.
Invocação de Agares
Olhe fixamente para o selo de Agares. Respire fundo. Então diga:
“Eu te chamo, Agares, duque do Leste, que monta o crocodilo e guia corvos.
Tu que dominas as línguas e sacodes a terra com tua palavra,
Manifesta-te, não em corpo, mas em essência,
Ensina-me o que é oculto e move o que está parado em minha vida.”
Repita este chamado três vezes, com intensidade crescente.
Comunicação com Agares
- Medite com os olhos fechados. Você pode sentir uma presença, um sussurro ou um pensamento súbito.
- Registre qualquer mensagem, visão ou sensação em seu grimório.
- Se for pedido algo em troca (como disciplina, estudo contínuo ou outra oferenda simbólica), anote e cumpra.
Selamento e Encerramento
- Agradeça a Agares pela presença: “Agares, espírito do saber e da ruptura,
agradeço por tua atenção.
Volta à tua morada em paz,
e que tua influência permaneça justa.” - Apague as velas em ordem inversa: preta, depois verde.
- Desfaça o círculo em sentido anti-horário, libertando a energia para o mundo.
- Guarde o selo de Agares envolto em pano preto, ou queime-o se deseja encerrar completamente o vínculo.
Pós-Ritual
- Beba água, respire profundamente.
- Anote tudo no diário: intenções, sensações, respostas ou efeitos nos dias seguintes.
Notas Místicas:
- Agares aparece como um velho montado em um crocodilo, carregando um falcão ou gavião, segundo as descrições clássicas.
- Seu poder sobre línguas não é apenas literal, mas também simbólico: fala, persuasão, manipulação, discurso.
- Os terremotos representam sua habilidade de abalar estruturas — físicas, emocionais ou sociais.
Curiosidades sobre Agares
- Agares aparece como um velho montado em um crocodilo, o que pode simbolizar domínio sobre o tempo (velhice) e sobre as forças primitivas (o crocodilo, ligado ao inconsciente e ao caos aquático)
- Ele carrega um falcão, ave associada à vigilância, domínio aéreo e à divindade solar em diversas culturas (como Hórus no Egito)
- Alguns rituais medievais indicavam que Agares poderia ser invocado para atrapalhar o discurso de inimigos, travar decisões judiciais e desestabilizar governos — o que o tornava uma entidade temida em tempos de conflito político
Associação Com O Elemento Terra
Ao contrário de muitos espíritos infernais que se conectam ao fogo ou ao ar, Agares está profundamente ligado ao elemento terra — o que o faz ser invocado em rituais de estabilidade financeira, proteção territorial, mudanças estruturais e também em feitiços de abalo, como maldições que quebram alianças ou estruturas familiares.
Agares e a Arte da Fuga
Embora seja conhecido por trazer de volta fugitivos, Agares também pode ensinar técnicas de fuga e evasão. Essa dualidade reflete sua natureza complexa e multifacetada.
Curiosidade: Alguns relatos sugerem que piratas e aventureiros medievais consultavam textos sobre Agares antes de empreendimentos arriscados, buscando sua sabedoria para escapar de perigos.
Agares Como Guia Espiritual
Embora seja um demônio, Agares também é conhecido por sua lealdade aos invocadores sinceros. Ele pode atuar como um guia espiritual, ajudando a navegar pelas correntes do tempo e do destino.
Ordens ocultistas e grimórios
Nas tradições modernas de magia cerimonial, Agares continua sendo uma entidade presente em práticas relacionadas à linguagem e persuasão, especialmente em escolas como a Ordo Templi Orientis e outros ramos da magia thelêmica.
Ocultistas contemporâneos relatam que Agares responde bem a oferendas de incenso de terra (como vetiver, mirra e patchouli), além de objetos ligados à comunicação — penas, papéis escritos, selos mágicos com orações em diversas línguas.
No bandoleiro.com, diversas referências místicas reforçam a importância de conhecer profundamente o espírito antes de qualquer tentativa de evocação. O sigilo de Agares, quando usado com respeito e intenção clara, pode abrir portais de aprendizado e revelação interna.
Além do Lemegeton, Agares aparece em outras fontes clássicas:
- Pseudomonarchia Daemonum de Johann Weyer (1577), onde também é citado como um duque do inferno com poder sobre línguas e terremotos.
- Dictionnaire Infernal de Collin de Plancy (1818), que descreve sua aparência exótica e funções mágicas com detalhes que influenciaram a iconografia demoníaca europeia.
- Trabalhos contemporâneos como os de S. Connolly em The Complete Book of Demonolatry mencionam Agares como um espírito que pode ser invocado por iniciados para auxílio linguístico e quebra de estruturas limitantes.
Conclusão: o duque do inferno
Agares é mais do que um demônio das trevas — ele é uma força de transformação, destruição e aprendizado. Seus domínios tocam a palavra, o poder, a terra e o espírito. Invocá-lo é abrir-se para o abalo necessário que antecede a renovação. Ele pode ensinar idiomas e derrubar reis, inspirar poesia e destruir muros.
Ao abraçar sua energia, você não apenas amplia sua compreensão do oculto, mas também aprende a equilibrar as forças que moldam sua vida.
Conhecer Agares é mergulhar em um abismo de mistérios. Sua figura desafia nossa compreensão do divino e do profano, lembrando-nos de que alguns conhecimentos foram proibidos por um motivo.
Mas aqui fica a pergunta: estamos prontos para enfrentar as transformações que Agares nos oferece? Ou preferimos permanecer presos ao fluxo linear do tempo, ignorando o chamado de suas areias cósmicas?
Será que buscar seu poder é uma jornada de iluminação ou um caminho para a ruína? E você, teria coragem de chamá-lo?
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Que as sombras de Agares guiem seu caminho enquanto você reflete sobre os mistérios que aguardam para serem desvendados.
